Introdução:
Parasitas são organismos que vivem e obtêm nutrientes à custa de um hospedeiro. Existem 3 tipos principais de parasitas: organismos unicelulares (protozoários, microsporídios), helmintos multicelulares (vermes) e ectoparasitas (parasitas externos) como a carraça e a pulga.
As infeções parasitárias, devido a protozoários e helmintos, são responsáveis por taxas de morbidade e mortalidade consideráveis a nível mundial.
Por outro lado, a carraça, quando portadora de agentes infeciosos, constitui um perigo acrescido para a saúde pública. As carraças podem ser portadoras de micróbios, vírus, ricketssias e outros agentes que transmitem doenças através da picada, como a leptospirose e a borreliose de Lyme, a vulgarmente chamada “febre de carraça”.
O diagnóstico clássico de infeções parasitárias é feito pela identificação de ovos, larvas ou parasitas adultos nas fezes, sangue, tecidos ou outras amostras biológicas. Atualmente também se recorre à deteção de anticorpos no sangue, de antígenios parasitários ou testes moleculares.
A microscopia de campo de escuro (MCE) surge como uma técnica de análise complementar, rápida, simples de realizar e não invasiva, sendo possível avaliar em tempo real a qualidade das amostras biológicas. Este tipo de análise permite avaliar o início, a causa e a progressão de doenças associadas a parasitas. No caso do sangue, as variações na quantidade e morfologia das células sanguíneas e de outros componentes, refletem alterações ao estado de saúde basal, fornecendo indicações sobre que fatores podem estar na origem e causa de problemas de saúde.
Programa:
DIA 1 - Manhã (09:30 - 12:30)
Parte 1: Borrelia / Doença de Lyme
Introdução às doenças infeciosas originadas pela carraça
Identificação de espiroquetas
Infeções por Borrelia
Sintomas e características da doença
Imagens clínicas do género Borrelia
Factos sobre comportamento, habitat, reprodução
Transmissão sexual da doença de Lyme
Métodos de deteção para espiroquetas e Borrelia
Método de captura da carraça
Análise da carraça
Estrutura/morfologia das espiroquetas
Métodos de deteção de Borrelia
Revisão de métodos de referência para a deteção de Borrelia
Evidências da ocorrência de Borrelia
Manifestações de espiroquetas no sangue
Outras opções de diagnóstico
Métodos de diagnóstico controversos
Pleomorfismos de estruturas semelhantes a bactérias em sangue humano
DIA 1 - Tarde (14:00 - 18:00)
Parte Prática
Microscopia para visualização de espiroquetas e Borrelia
Formas no plasma sanguíneo
Células do sistema imunitário que indicam a presença de Borrelia
Co-infeções
Abordagens terapêuticas
DIA 2 - Manhã (09:30 - 12:30)
Parte 2: Diagnóstico de parasitas helmintes (vermes)
Revisão dos parasitas helmintes e obstáculos ao tratamento
Classificação dos parasitas/vermes
Exemplos de infestação por vermes (verminoses)
Vermes em microscopia de campo claro e escuro
Distinção entre vermes e pseudoparasitas
Determinação da dimensão de um parasita/verme
Observação de amostras suspeitas
Deteção de parasitas em fezes
Outros métodos de deteção de vermes
DIA 2 - Tarde (14:00 - 18:00)
Parte Prática
Uma forma simples de deteção de vermes
Identificação de formas adultas e ovos
Tratamento para vermes
Coloração DKFT para microscopia de campo escuro